quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Album

O Album Deixa em branco este livro gentil: Uma só das memórias da vida Vale a pena guardar, entre mil. E essa n’alma em silêncio gravada Pelas mãos do mistério há-de ser; Que não tem língua humana palavras, Não tem letra que a possa escrever. Tudo o mais é ilusão, é mentira, Brilho falso que um tempo seduz, Que se apaga, que morre, que é nada Quando o sol verdadeiro reluz. De que serve guardar monumentos Dos enganos que a esp’rança forjou? Vãos reflexos de um sol que tardava Ou vãs sombras de um sol que passou! Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

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